Maria IV

e Maria estava de volta agora
Maria voltava com a vantagem de saber
que tinha as dez unhas dos pés feitas
Maria estava em faze-ser fina
um refinamento desligado
por ser mais do que precisava
era de sutil opacidade sobre ela
e era exatamente o que precisava

Maria, as mãos não faria
precisava não ter cuidado
quando quizesse malear o mundo
ou quando precisasse
mas queria ser imprecisa a ponto de largar
de alagar-se para alargar seu legado
pois era vaidade também a calamidade
sem saber se era vício ou não essa pouca sanidade

Maria quis porque quis
reponder o quiz da vida
sem antes meter a cara
Diz que tinha o nariz entupido
mas só não queria sair de casa
antes só
que a necessidade de colorir
suas unhas, suas asas

Maria estava tão organizada
que se pudesse cantar
cantaria em prosa
sem ter que rimar
Maria não teria que saber o que não tinha
Maria era só aquilo e uns sonhos
que roubara de vários contos de fada
e de amigos que deram bandeira na risada

Maria que tinha tanto tempo
ainda espremia a vida melimetrada
no caso de chegar tarde demais
quando alcançasse um viver genuíno
não poderia esquecer de nada
embaixo da tinta do cabelo
ah! se Maria usasse do salto alto
para espatifar em hemorragia
os sentimentos que alagava
a própria Maria


em breve Era tal vez Maria...