5.2.06

Suéca


Quem deu as cartas não olhava nos meus olhos
Talvez eu não soubesse quem era ele
E de eras em eras eu embaralhava
Cedendo a alma pra um jogo essencial
Sob o normal terminava outra rodada
Só arriscar me excitava sobre o banal
No meu blefe que ninguém ousava notar
O jogo da mais covarde eutanásia
Joga uma dama e eu não posso cortar
Joga um rei e eu só faço olhar
Talvez eu não soubesse quem era eu
E de eras em eras eu embaralhava
Faltava o brilho de ouros no quê meu
Se eu abaixasse minha mão renunciada
Sem forças para um amor ereto
Sem mais pra jogar fora
Com milhões de cartas engasgadas na manga
Comido todo resto de trunfo
Eu poderia ainda ser o coringa
E ganhar outra partida roubada
Logo antes da mesa tombar

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