11.10.05


Passei muito tempo escolhendo o toque do cespertador do celular
Eu passei metade da minha vida pensando o quê antes da morte diria
E a outra metade respirando que nem uma criança
Eu gastei o tempo que eu tinha antes de encontrar uma pessoa procurando-a
E o resto do tempo que sobrou eu estava preso num ônibus lotado que não chegava
E chega uma hora em que não há mais volta
Chega uma hora em que a ferida de viver cicatriza e a surpresa deixa de latejar
E não há modo sequer de cometer suicídio
O mundo passa a existir de uma maneira que nunca existira antes
As coisas endurecem com o tempo como cimento
E sabe, mesmo que nunca se drogue pode não ser careta
E tudo pode ser arte, até o toque de um celular

2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

11:23  
Blogger Sam disse...

Gostei, Marano...Só dá uma revisada no seu texto sobre o tempo, tem um errinho de digitação.
Sam

14:28  

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