8.11.06

Não


a que ponto há de chegarmos antes
daquele que expectante deveríamos
consentindo e anestesiados pelo mar gelado
amordaçados, não aguentarmos mais!
a palavra presa na garganta
exprimindo completos diagramas
preenchidos para nos enquadrar
a essas pessoas que vivem sempre
a vulgarmente prestar contas

poderia muito exagerar à beça
e pôr nas arestas dessa palavra-peça
plurais, aumentativos e superlativos
achados com audácia num dicionário encardido
que tanto esperava na estante
por esse instante de ignorância

ah! se não somos seres milagrosamente vivos
repetindo frases e saberes convencionados
tateando sós no escuro entupido
a repetir mais uma vez esperançosos
para responder com a medida absoluta
de conotação extensa e prazo vitalício
a um eventual vazio vício
que nos leve, só, a mais uma fuga

0 Comentários:

Postar um comentário

<< Home